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Doença Celíaca: convivendo com a intolerância

Presente em cerca de 1% da população mundial, a doença celíaca é uma intolerância permanente ao glúten que ocorre em pessoas com tendência genética à doença, afetando homens e mulheres de todas as faixas etárias, sendo a dieta isenta de glúten a sua única forma de tratamento.

O que é glúten?

O glúten é uma proteína presente no trigo, na aveia, no centeio, no malte e na cevada. Ela é digerida com dificuldade na parte alta do trato gastrintestinal. Esses cereais podem ser encontrados não apenas em alimentos, cerveja, e bebidas industrializadas. Encontramos também em cosméticos, medicamentos e outros produtos não ingeríveis.

Identificação nos rótulos

Na composição de cosméticos e produtos em geral, o glúten pode aparecer nos rótulos da seguinte forma:

Glúten Inglês Latim
Trigo Wheat Triticum vulgare
Aveia Oat Avena Sativa
Cevada/Malte Barley/Malt Hordeum Vulgare
Centeio Rye Secale Cereale

Fique atento há alguns ingredientes que podem estar contaminados com glúten, como o amido de milho modificado, amido modificado, proteína vegetal texturizada ou hidrolizada, vinagre de malte, extrato proteico vegetal, molho de soja, levedura, fécula, sêmola, carnes processadas, espessantes, molhos roux etc.

Cyclodextrin/Dextrin/Maltodextrin: vêm do milho e do arroz no Brasil. No comércio de importados pode ser derivado do trigo. Na Europa e em países Asiáticos normalmente é de trigo. Sempre procure saber a fonte desse dextrin.

Tocopheryl Acetate: no Brasil é sintético, não é glúten.

 

Sintomas

Os sintomas da doença celíaca variam para cada pessoa, mas os mais comuns são: diarreia, constipação, gases, emagrecimento, enxaqueca, dor abdominal, coceira, erupção cutânea, queda de cabelo, enfraquecimento das unhas, náuseas, vômito, fadiga, anemia e osteoporose.

Diagnóstico

Os exames para diagnosticar a doença celíaca são: dosagem da imunoglobulina IgA; anticorpo antitransglutaminase IgA e IgE; anticorpo antiendomísio IgA e IgE; endoscopia com biópsia de intestino delgado, com no mínimo 6 amostras de bulbo duodenal. Para a realização dos exames, o paciente precisa estar consumindo glúten.

Tratamento

Embora haja pesquisas e estudos em vários países em busca de tratamentos e da cura para a doença celíaca, não há nada concreto até o momento. A melhor forma de tratamento é deixar de consumir os alimentos e produtos com glúten pelo resto da vida. Felizmente, o mercado de alimentos sem glúten está em ascensão e a quantidade de opções a celíacos cresceu 400% em 15 anos. E isso se deve não somente à grande quantidade de celíacos no mundo, como também aos alérgicos com sensibilidade ao glúten não celíaca (5% da população) e às pessoas que optam pela dieta do glúten para emagrecer (30% da população).

Muitas pessoas, celíacas ou não, acabam engordando bastante ao começar a fazer a dieta sem glúten. Isso ocorre porque um alimento sem glúten chega a ter o triplo de calorias de sua versão tradicional, pois muitos fabricantes exageram no açúcar e na gordura para compensar as mudanças no gosto e na textura do alimento.

A parte mais difícil do tratamento, de evitar consumir o glúten, é que ele acaba sendo ingerido acidentalmente, pelos celíacos e alérgicos ao glúten, praticamente todos os dias. O motivo? A contaminação cruzada.

Contaminação cruzada

Quase impossível de ser evitada, a contaminação cruzada é um problema extremamente sério para os celíacos. Segundo a nutricionista Aline Deon, os celíacos não podem nem entrar em um ambiente onde já foi manipulado algum tipo de alimento com glúten, pois já começam a passar mal devido às partículas do glúten que ficam no ar. A limpeza, por mais rigorosa que seja, não é o suficiente para remover o glúten dos utensílios contaminados.

O grande problema dos celíacos e alérgicos ao glúten, é que moram com pessoas que o consomem. A contaminação cruzada acontece a todo instante, seja no café da manhã com a família. Isto ocorre comendo pão francês; preparando um bolo sem glúten em um forno utilizado pelo marido para esquentar pizza. Gestos simples, como pegar na maçaneta da porta contaminada pela família é uma possibilidade sempre presente. Isso mesmo que você leu, até mesmo na maçaneta  é possível se contaminar com o glúten e passar mal. O fato é: se livrar do glúten é uma missão quase impossível, que só os celíacos e os alérgicos ao glúten realmente compreendem.

Muitas pessoas, até mesmo da própria família, acham exagero a preocupação com a contaminação cruzada; garçons fazem piadas com os clientes que perguntam por comida sem glúten, achando que é frescura; nos supermercados é muito fácil encontrar farinhas sem glúten ao lado da farinha de trigo; em restaurantes e lanchonetes, muitos funcionários e atendentes não sabem nem o que é glúten. Imagine acordar um dia e descobrir que você tem a doença celíaca e tem que mudar a sua vida completamente e viver em um mundo onde, na maioria das vezes, você vai se sentir sozinho e depressivo, e só pessoas que sofrem da mesma doença vão te entender. Essa é a realidade de muitos celíacos no mundo.

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Atualizado em 04MAI2022

Publicada originalmente em 13MAI2016

Fonte: Jéssica B. Torkos/FA30/RMA

Imagem: Reprodução/blog.saude.gov.br


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