Galactosemia confundida com intolerância à lactose. Ela é uma doença hereditária, de fundo genético, caracterizada pela incapacidade do organismo de metabolizar a galactose. A galactose está presente no leite materno, no leite bovino e seus derivados. Algumas frutas tem em sua composição a galactose (tomate, maçã e banana).
Esta doença está presente na população brasileira, segundo pesquisas, na proporção de 1 caso a cada 20.000 pessoas. Manifesta-se desde o nascimento, entre os bebês.
Galactosemia confundida com intolerância à lactose
Sintomas básicos
- convulsão
- irritabilidade
- letargia
- ânsia e vômitos
- bebês se recusam a mamar
- pele e olhos amarelados (icterícia)
- insuficiência no ganho de peso
- ascite (acúmulo de líquido no interior do abdome – também conhecido como barriga d”água)
- aumento no tamanho do fígado
A galactosemia e a intolerância à lactose, embora se refiram a absorção dos mesmos açúcares, são bem diferentes e não devem ser confundidas. Fica mais fácil de entender se relembrarmos as definições de lactose e de galactose.
Definições
Lactose – É um açúcar dissacarídeo, assim classificado por ser formado pela união de dois outros açúcares: a glicose e uma galactose. A lactose é um carboidrato e está presente no leite humano representando de 6 a 8% de seu conteúdo. No leite bovino a proporção é de 4 – 6% do leite.
A galactose é um açúcar monossacarídeo. Ele não é tão doce quanto a glicose (o principal carboidrato utilizado como fonte energética pelo corpo), mas é consumido pelas pessoas sempre que se consome leite e seus derivados.
Embora sejam compostos bem diferentes, a galactose e a lactose não são metabolizadas pelo organismo pela ausência ou pouca quantidade de enzimas que deveriam fazer este processo. Na lactose a enzima é a lactase. Quando o organismo não consegue metabolizar a lactose (que ocorre no intestino delgado (a enzima é produzida pelas paredes do intestino), os açúcares glicose e a galactose não são absorvidos pelo organismo.
No caso da lactose ela se acumula no trato intestinal, servindo como fonte de alimentos para as bactérias da flora intestinal. No processo começa a ocorrer fermentação no intestino grosso, que produz ácidos e gases, tendo como sintomas náuseas, cólicas, inchaço abdominal, diarreias e flatulência.
Na galactosemia, após a quebra da lactose em glicose e galactose, em decorrência da enzima lactase, estes açúcares devem ser absorvidos pelo organismo, mas por deficiência das enzimas responsáveis pelo processo, a galactose acaba por não ser processada e se acumula no organismo.
Danos provocados pela galactose
A presença da galactose no organismo dos indivíduos que não conseguem absorvê-lo, pode provocar danos no sistema nervoso, nos olhos, no fígado e nos rins.
A galactosemia, por ser uma doença de fundo genético, não tem cura. A melhor maneira de conviver com ela é evitar a ingestão de leite humano, bovino, em pó e seus derivados, e um médico deve ser consultado para avaliar a condição do indivíduo, já que existem vários tipos de galactosemia.
A doença quando não for adequadamente tratada pode provocar outras complicações:
- Cirrose hepática;
- Atraso no desenvolvimento da fala;
- Menstruação irregular;
- Atraso neurológico
- Catarata;
- Infecções por bactérias;
- Tremores e funções motoras incontroláveis.
Outra forma de combater ou se prevenir da doença é pesquisando se na família há ocorrências da doença. Qualquer sinal positivo deve ser encarado como alerta e a procura de orientação médica se torna necessária.
Atualizado em 18Mar21
Fonte: RMA
Imagem: Freepik.com