Um novo conceito há muito esperado – A cena é bastante comum. Você está no supermercado e há uma fila para pesar frutas e hortaliças, outra para comprar pão, carne etc. Na hora de pagar no caixa há uma distinção entre quem é da terceira idade e os demais. Você vai ao estacionamento e há vagas exclusivas para idosos. Dependendo de qual faixa etária você está, no momento, você pode ter reações bem distintas que vão desde satisfação com a condição, revolta, respeito, indignação.
Este é um pequeno exemplo de como nos comportamos em sociedade. Isto pode melhorar ou piorar, mas alguns conceitos começam a ser mudados e eles vão muito além da “proteção” dos mais vulneráveis, ou o descarte dos “mais velhos” pelo mercado de trabalho. Políticas públicas paternalistas precisam ser revistas. Campanhas educativas podem ser implementadas com o objetivo de diminuir o ageísmo.
Ageísmo é a aversão que temos ao conviver com pessoas mais velhas, idosas. Costumamos pensar nelas como alguém frágil, com doenças e limitações, portador de necessidades especiais, demência, Alzheimer, Parkinson etc. Esta visão é reforçada diariamente. Quando a mídia noticia um fato qualquer, praticado ou cuja vítima é uma pessoa mais velha, costuma-se usar o termo aposentado ou idoso para qualificá-lo. O indivíduo deixa de ter características pessoais para mergulhar num imenso mar de “idosos” e “aposentados”. Qual o critério? Basta ter mais do que 60, 65 anos.
Ser velho é para muitos um fardo. Não conseguem trabalho, esquecidos pela família os amigos vão sumindo, suas opiniões vão ficando obsoletas e típicas de “velhos ranzinzas”.
Envelhecer significa perder a mobilidade, a necessidade constante de remédios e principalmente a limitação da capacidade financeira do indivíduo. Para muitos, além de todos estes fatores há ainda a responsabilidade de manter a família, filhos e netos.
O idoso, na maioria das vezes, já está aposentado e o fato de ter uma renda fixa, por menor que seja, acaba por capacitá-lo a absorver e manter a família em dificuldades.
Um novo conceito há muito esperado
Felizmente, já aparece na mídia o termo “ageless” que nomeia um novo tipo de “idoso”. O termo em inglês significa, literalmente, sem idade. Ele conceitua e define o que temos visto no dia a dia. Um idoso mais ativo, vencendo limitações, ativo profissionalmente. E ele está em todas as categorias sociais, em todo tipo de profissão. São professoras e professores, médicos, engenheiros, administradores, operários, carpinteiros, marceneiros. Homens e mulheres que se adaptam aos novos tempos e ao incremento da expectativa de vida.
A prática de esportes, a vontade de viajar, o investimento constante em educação (muitos frequentam a universidade, graduando-se em todo tipo de curso), mantém a curiosidade e a vontade de aprender que tiveram em toda a vida. São um alento para os “novos idosos” e para as futuras gerações.
Outros conceitos estão surgindo como o “superidoso”, aquele indivíduo que se mantém ativo mesmo depois dos 80 anos, com cognição e memória de 30 ou 40 anos mais jovem. Isto já é real. Você deve conhecer vários homens e mulheres com estas caraterísticas.
Precisamos mudar a forma como encaramos a vida, em todas as suas etapas. Envelhecer faz parte de viver e não significa, necessariamente, o encurtamento ou o fim dela.