Desde o início da descoberta do Sars-Cov-2, causador do Covid-19, em 31 de dezembro de 2019 pela China tudo mudou de uma maneira radical. O confinamento inicial mudou hábitos de consumo e de trabalho, de relacionamentos familiares e sociais. Neste contexto a economia foi uma das principais vítimas e aqui relacionamos alguns aspectos que explicam como está o comércio de produtos sem glúten e sem lactose.
Na verdade, podemos elencar entre eles também, outros produtos responsáveis por restrições alimentares bem significativas como: alergias ao amendoim, castanhas, derivados de soja, leite, cítricos e muitos outros.
No Brasil anterior à pandemia, já vínhamos enfrentando problemas sérios na economia, com índices negativos na performance das indústrias e no comércio, que foram agravados severamente com a pandemia e os primeiros meses de confinamento e de fechamento dos estabelecimentos. O que se viu, na maioria das cidades brasileiras foi uma quebradeira generalizada de estabelecimentos que não puderam mais se manter abertos. Houve dezenas de caso de empresas que operavam há décadas encerrando suas atividades.
Impactos no comércio
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em sua Pesquisa Mensal do Comércio (PAC), de dezembro de 2021, este último ano teve um resultado negativo, frente ao ano anterior, na ordem de – 2,6% e este foi o primeiro registro negativo desde o mesmo período de 2016.
Este índice é específico para o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, índice este no qual os produtos que mencionamos estão inseridos.
De modo geral o empresariado tem recebido este número com tranquilidade pois embora negativos, têm se mantido constantes e estáveis.
O que dizem os empresários: Como está o comércio dos sem glúten e sem lactose
Segundo Alessandra uma das proprietárias do Almendras Emporium, em Curitiba, a procura pelos produtos sem glúten e sem lactose permaneceram os mesmos durante toda a pandemia, afinal, as pessoas com restrições permanecem as mesmas. Em seu estabelecimento os itens mais comercializados são pães sem glúten e sem lactose, salgados e doces de diversos tipos, chocolates.
Ela percebeu uma retração do mercado durante a pandemia, mas permitindo que seu empório continuasse com os negócios, percepção esta também compartilhada por Maurício, proprietário do Empório Cereal, de Curitiba. Seu estabelecimento comercializa produtos naturais à granel, mas tem vários itens do grupo de alimentos sem glúten e sem lactose. Sua ênfase é para os pães, mas comercializa farinhas de arroz e barras energéticas, produtos com boa aceitação pelo público que atende.
Quanto ao lançamento de novos produtos pela indústria a percepção de Alessandra, do Almendras Emporium, é de que não ocorreram, talvez pelo momento em que a economia está passando. Já para Maurício, como seus produtos não são tão diversificados percebeu apenas no pão que comercializa o surgimento do item sem glúten e sem lactose, pois o fabricante e fornecedor atuava anteriormente em pães normais, sendo relativamente novo nos alimentos restritivos.
Supermercados e seções especializadas
Visitamos diversos estabelecimentos das redes de supermercados de Curitiba e não encontramos com facilidade os produtos sem glúten e sem lactose, como ocorria anteriormente, há cerca de 3 anos.
Antes havia corredores de produtos com esta especificação e hoje encontramos mais seções classificadas como diet, alimentos integrais ou de comida saudável. Os corredores deram lugar a quiosques, com alguns casos para destaque de leites sem lactose, bebidas whey e leites de castanhas. Os pães são encontrados, mas em quantidades muito menores do que anteriormente e, em algumas lojas, ficam esquecidos em alguma prateleira, com ofertas de pães tradicionais em grande número nos locais mais nobres.
Outro item que não encontramos mais com facilidade foram os queijos, ingredientes essenciais para muitas receitas especializadas e que compõem o cardápio de quem tem restrição alimentar. As pequenas lojas têm dificuldades para revendê-los, por serem itens caros e que somente as grandes redes podem comprá-los com preços mais competitivos.
Estas foram nossas impressões de como tem se comportado o comércio dos sem glúten e sem lactose. Há estabelecimentos de todos os tipos que buscam a satisfação do cliente, ofertando bons produtos e oferecendo uma grande variedade de nossa indústria. Esperamos os resultados do ano de 2022.
Fonte: RMA
Imagem: RMA